Vitiligo: o que é, causas, tratamento e mitos sobre a condição de pele

Vitiligo tem cura? A dermatologista e expert Gabrielle Mendonça esclarece esse e outros pontos sobre essa doença autoimune. Relembre mais aqui!

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Você certamente já ouviu falar sobre vitiligo, mas ainda existem muitas dúvidas e até preconceitos envolvendo essa condição de pele que afeta de 1 a 2% da população mundial.

Para esclarecê-las, compartilhamos hoje, no Dia Mundial do Vitiligo, uma conversa esclarecedora que tivemos com nossa expert, a dermatologista Dra. Gabrielle Mendonça, que explicou desde as causas até os tratamentos mais eficazes e os mitos que ainda circulam sobre o tema. Vem ver:

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O que é o vitiligo?

De acordo com a Dra. Gabrielle, o vitiligo é uma doença de pele autoimune, caracterizada pela perda de melanina, o pigmento responsável por dar cor à pele, aos cabelos e aos olhos. Isso resulta no aparecimento de lesões esbranquiçadas em diferentes áreas do corpo.

“Essas lesões podem ser avermelhadas e depois perderem a cor, ou já podem surgir em um tom esbranquiçado”, afirma.

Por mais que a causa exata da condição ainda seja desconhecida, ela pode estar associada a fatores genéticos e outras doenças autoimunes, como tireoidite de Hashimoto e alopecia areata. A idade média de aparecimento das lesões é por volta dos 20 anos, mas o vitiligo pode acometer qualquer pessoa, independentemente de gênero ou etnia.

“O vitiligo atinge de 1 a 2% da população mundial, a forma mais comum da doença é a localizada, os casos em que as lesões se espalham pelo corpo são mais raras e têm um tratamento mais resistente. Na maioria das vezes, as pessoas que têm a doença não têm nenhum parente de primeiro grau acometido por ela”, explica a dermatologista.

Como identificar vitiligo na pele?

As manchas de vitiligo são despigmentadas, geralmente lisas e sem alteração na textura da pele. Em raros casos, podem coçar. As áreas mais afetadas incluem rosto, pescoço, mãos e dobras do corpo, e elas podem aparecer de forma simétrica ou assimétrica, dependendo do tipo da doença (segmentar ou não segmentar).

Caso note o surgimento dessas manchas, o ideal é buscar avaliação médica o quanto antes.

Diagnóstico e tratamento para vitiligo

O diagnóstico dessa doença é clínico, feito por um dermatologista, mas também é importante fazer alguns exames para descartar outras doenças autoimunes associadas, como tireoide e alopecia.

Dra. Gabrielle afirma que há uma série de tratamentos para a doença, e é importante que eles sejam iniciados o quanto antes para evitar a propagação.

“Há tratamentos tópicos como corticoides e imunomoduladores, tratamento com laser em consultório, fototerapia, tratamentos com implantes e plasma rico em plaquetas, por exemplo”, afirma a expert.

Outros recursos incluem:

  • Fototerapia (UVB de banda estreita): eficaz para casos generalizados;
  • Imunomoduladores tópicos: indicados especialmente para áreas sensíveis, como o rosto;
  • Implantes de melanócitos e novas terapias em estudo, como os inibidores de JAK;
  • Maquiagem camufladora: ótima aliada para autoestima.

Além dos tratamentos médicos, é essencial adotar medidas de autocuidado:

  • Evitar a exposição solar sem proteção;
  • Usar protetor solar diariamente, com FPS alto (mínimo 30);
  • Manter a pele hidratada;

A dermatologista diz que também é importante que a pessoa com vitiligo tenha acompanhamento psicológico.

Mitos e verdades

O vitiligo é transmissível?

Mito. Essa doença não é contagiosa.

As manchas podem coçar?

Verdade. Mas é um sintoma raro da doença.

Estresse causa vitiligo?

Mito. O estresse é um fator agravante em pacientes geneticamente predispostos à condição, mas não causa a doença.

Vitiligo causa queda de cabelo?

Verdade. A queda de cabelo não está diretamente associada à doença, mas quem tem vitiligo pode apresentar esse quadro.

Vitiligo vira câncer?

Mito. A lesão dessa doença não tem associação direta com o câncer de pele.

Consulte o seu dermatologista com regularidade para ter diagnósticos precisos e os melhores tratamentos para as suas necessidades!

Como conviver com o vitiligo

Viver com vitiligo exige cuidados diários e um olhar mais gentil consigo mesmo. Embora a condição possa afetar emocionalmente, a boa notícia é que com informação, apoio médico e psicológico, é possível ter qualidade de vida e autoestima elevadas.

Aposte nos recursos:

  • Proteção solar diária: use FPS alto (mínimo de 30), mesmo em dias nublados, para proteger as áreas despigmentadas e prevenir queimaduras;
  • Hidratação da pele: garanta a saúde geral e elasticidade;
  • Acompanhamento psicológico: busque apoio se o vitiligo estiver afetando sua autoestima ou bem-estar emocional. Grupos de apoio também podem ser muito benéficos.
  • Informação e conscientização: Compartilhe e consuma informações corretas sobre o vitiligo. A educação é uma ferramenta poderosa contra o preconceito.

Conscientização, empatia e acesso à saúde são pilares importantes para quebrar o estigma em torno do vitiligo no Brasil e no mundo.

(Fontes consultadas: Dra. Gabrielle Mendonça, Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), artigos científicos sobre doenças autoimunes.)

Play no vídeo

Aqui, a dermatologista e expert Beleza na Web, Dra. Gabrielle Mendonça, respondeu em vídeo as dúvidas sobre a doença de pele conhecida como vitiligo. Se você quer saber mais sobre o que é essa doença, como ela surge, em quem e desconstruir os mitos sobre ela, esse conteúdo ainda é para você!

- Por Letícia Leite