Saúde feminina: um guia de bem-estar para cada fase da vida

Descubra os cuidados com a saúde feminina: exames de rotina, saúde sexual, gravidez, esportes, como o estresse afeta o corpo e menopausa

Já defendemos por aqui que cuidar da saúde feminina (e saúde, no geral) vai muito além da estética: é um compromisso com o bem-estar, a qualidade de vida e a prevenção de doenças. 

E a saúde feminina envolve uma série de aspectos físicos, emocionais e sociais que precisam de atenção em todas as fases da vida. 

Por isso, a seguir, te mostramos mais um conteúdo com os principais cuidados que toda mulher deve ter, com informações valiosas sobre exames, menopausa, saúde sexual, gestação, alimentação, esportes e o impacto do estresse.

✅Clique aqui e siga nosso canal no Whatsapp

Saúde feminina: um guia de bem-estar

Quais são os principais exames ginecológicos de rotina?

Os exames ginecológicos são fundamentais para a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento de diversas doenças. “Eu sempre gosto de falar que o ginecologista é o clínico geral da mulher desde que ela menstrua. Então, independentemente de realizar exames, a ida ao ginecologista é fundamental a partir do momento em que uma mulher tem sua menarca, que é a primeira menstruação”, fala a ginecologista, Rebeca Gerhardt. 

O Papanicolau (ou citologia oncótica), por exemplo, é essencial para detectar lesões que podem indicar câncer de colo de útero, uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil.

Outro exame essencial é a mamografia, que detecta precocemente o câncer de mama.

Além disso, são importantes exames como:

  • Ultrassom transvaginal (para avaliação dos ovários e útero).
  • Exames de sangue hormonais, especialmente durante a menopausa ou suspeita de desequilíbrios
  • Exames para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV, sífilis e hepatites.

Qual a frequência correta de exames em cada fase da vida?

Cada fase da vida exige atenção diferenciada, por isso, é fundamental manter o acompanhamento regular com o ginecologista. A médica fala sobre: “idealmente, esses encontros devem acontecer anualmente, para que a gente entenda, né, enfim, eventuais desconfortos e ajude no acompanhamento da vida reprodutiva e depois na vida pós-menopausa”. De modo geral, a frequência correta é assim:

  • Papanicolau: Mulheres de 25 a 64 anos devem realizar o exame preventivo a cada três anos, após dois exames anuais negativos consecutivos.
  • Antes disso, a recomendação é iniciar após o início da vida sexual.
  • Mamografia: A partir dos 50 anos, todas as mulheres devem realizar a cada dois anos, conforme orientação do Ministério da Saúde.
  • Mulheres com histórico familiar de câncer de mama devem iniciar esse rastreamento mais cedo, de acordo com recomendação médica.

Quais são os cuidados básicos para uma gravidez saudável?

A gestação é um momento de transformações, tanto físicas quanto emocionais. Para garantir uma gravidez saudável, é fundamental iniciar o pré-natal assim que possível.

Rebeca fala sobre como os hábitos de dia a dia influenciam neste período da vida. “Tudo o que envolve bons hábitos de saúde para uma mulher não grávida terá reflexos na mulher enquanto gestante. Então, boa prática de atividade física, uma alimentação balanceada, tentar ter uma qualidade de sono, bons relacionamentos, tudo isso vai impactar no sucesso de um pré-natal de qualidade”.

Os principais cuidados incluem:

  • Realizar consultas regulares com o obstetra;
  • Fazer exames importantes como: Hemograma completo, detecção de sífilis, HIV e hepatite B, ultrassonografias para avaliar o desenvolvimento fetal.
  • Vacinação em dia, incluindo a vacina contra a gripe e a dTpa (contra difteria, tétano e coqueluche).
  • Manter uma alimentação equilibrada, com suplementação de ácido fólico.
  • Praticar atividade física leve, conforme orientação médica.

Esses cuidados são essenciais não só para a saúde da mãe, mas também para o desenvolvimento saudável do bebê.

Ministério da Saúde recomenda acompanhamento regular com o ginecologista

Como a saúde sexual influencia no bem-estar das mulheres?

A saúde sexual é um pilar fundamental do bem-estar. Segundo a Organização Mundial da Saúde, não se trata apenas da ausência de doenças, mas também do direito de viver uma sexualidade prazerosa e segura.

“A saúde sexual é um pilar de saúde, independentemente de frequência, de identidade de gênero, da forma como você se relaciona. O nível de satisfação da saúde sexual é o que determina realmente a qualidade e é um pilar mesmo de saúde”, define a ginecologista.

Dentre os benefícios de uma vida sexual saudável, estão:

  • Melhora da autoestima;
  • Redução do estresse;
  • Fortalecimento do sistema imunológico;
  • Alívio de dores menstruais e enxaquecas.

Vale lembrar que o acompanhamento ginecológico regular é essencial para garantir uma sexualidade saudável, prevenir ISTs e tratar eventuais disfunções, como dor durante a relação sexual ou falta de desejo.

De que forma o estresse afeta o corpo feminino?

Você sabia que o estresse é um dos grandes vilões da saúde feminina? Pois em. O excesso de cortisol, hormônio liberado em situações de estresse, pode provocar:

  • Alterações no ciclo menstrual; 
  • Infertilidade; 
  • Aumento de peso, especialmente na região abdominal; 
  • Queda de cabelo;
  • Problemas de pele, como acne e dermatites;
  • Insônia e ansiedade; 

A médica tem uma percepção realista em torno do estresse: “hoje em dia, é super difícil a gente se afastar de momentos estressores. Acho que o nosso objetivo, talvez, não deva ser esse. Talvez o objetivo maior seja manejar melhor a forma como o estresse é percebido pelo nosso corpo”. 

Por isso, adotar estratégias para o controle do estresse, como meditação, terapia, exercícios físicos e momentos de lazer, é essencial para preservar a saúde física e emocional.

Como a nutrição e os esportes melhoram a saúde feminina?

Outro assunto que sempre tratamos por aqui, mas que vale relembrar: praticar atividade física e manter uma alimentação equilibrada são fundamentais para a saúde feminina em todas as fases da vida.

Rebeca fala da importância da musculação, na manutenção da saúde: “chegar com uma boa conta de músculos construídos e manter essa massa muscular é o principal ganho de saúde, com comprovação científica, para uma mulher ao longo de toda a vida”.

Benefícios:

  • Prevenção de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade;
  • Melhora da saúde cardiovascular e óssea;
  • Redução de sintomas da TPM e da menopausa;
  • Contribui para a saúde mental, reduzindo sintomas de depressão e ansiedade;
  • Fortalece o sistema imunológico.

Também de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, uma alimentação rica em frutas, verduras, grãos e proteínas magras, aliada à prática regular de esportes, é uma das principais estratégias para melhorar a qualidade de vida.

Como a menopausa impacta o corpo feminino?

A menopausa é uma fase natural na vida da mulher, geralmente entre os 45 e 55 anos, marcada pela interrupção da menstruação e da alteração de hormônios, como a produção mais lenta de estrogênio e progesterona.

“Nem toda mulher que vai passar pela menopausa vai ter sintomas. A menopausa é conhecida classicamente como a ausência da menstruação, marcando o encerramento do nosso período fértil, da nossa vida reprodutiva, mas ela simboliza muito mais do que isso”, fala a médica

Essas mudanças podem provocar sintomas e condições:

  • Ondas de calor e suores noturnos;
  • Alterações de humor, irritabilidade;
  • Insônia;
  • Diminuição da libido;
  • Ressecamento vaginal;
  • Perda de massa óssea (osteoporose).

Como lidar com a menopausa?

“O melhor jeito de a gente se preparar, né, mais do que lidar com esse momento, é adquirir bons hábitos de saúde ao longo da nossa vida”, alerta Rebeca.

Ela reforça o tripé de atividades físicas, relações e saúde mental. “Construindo músculos, com exercício físico periódico. Nos nutrindo de bons relacionamentos, para chegar nessa faixa etária com a forma como a gente troca os nossos afetos com qualidade, e cuidando da nossa saúde mental, de preferência com terapia”.

Ela reforça o papel do acompanhamento ginecológico neste momento: “claro, tendo um ginecologista para te assegurar de que o processo para chegar na menopausa aconteça da melhor forma possível”.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento pode envolver:

  • Reposição hormonal, indicada em alguns casos sob prescrição médica;
  • Atividade física regular;
  • Alimentação equilibrada, rica em cálcio e vitamina D;
  • Lubrificantes íntimos, para melhorar o conforto sexual;
  • Terapia ou grupos de apoio, que ajudam a lidar com as mudanças emocionais.

O mais importante é compreender que a menopausa não significa o fim da feminilidade, e sim, uma nova fase que pode ser vivida com saúde e qualidade de vida.

- Por Gislaine Santos