O que é a libido, de onde ela vem e como aumentá-la?
Você sabia que a libido é influenciada por diversos fatores? Adotar hábitos saudáveis e cuidar da saúde mental são pontos essenciais
12/12/2024
Você já parou pra pensar “o que é a libido”? Relacionada ao bem-estar físico, sexual, emocional e hormonal, a libido é uma parte natural e muito importante da vida. No entanto, muitos fatores podem interferir nesse aspecto, como estresse, ansiedade e até o estilo de vida.
Batemos um papo com a ginecologista Dra. Mariana Prado, que esclareceu várias dúvidas sobre essa questão que nos atravessa em diferentes fases da vida.
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O que é a libido?
“A libido nada mais é que o desejo, o impulso sexual. E é sempre importante lembrar que ela vai variar ao longo da vida, e de pessoa para pessoa. Resumidamente, a libido é o que motiva alguém a buscar ou a desejar uma experiência sexual.” explica a ginecologista.
É regulada principalmente pelos hormônios, como testosterona e estrogênio, além de neurotransmissores como a dopamina. E, além dos aspectos biológicos, o estado emocional, a saúde mental e o ambiente têm grande influência, positiva e negativa, sobre a libido.

A libido é multifatorial e pode ser atingida de maneira positiva ou negativa por diferentes aspectos da vida
Como a ansiedade pode afetar a libido?
Segundo Dra. Mariana, o estresse, a ansiedade e a depressão podem diminuir a libido de variadas formas. “A gente sabe que o estresse acaba levando ao hormônio que se chama cortisol, esse hormônio pode reduzir a produção de hormônios sexuais, como o estrogênio e a testosterona.”
Os fatores emocionais e psicológicos desempenham um papel crucial na libido, podem causar diretamente a falta de concentração e a falta de desejo, por exemplo.
Quando a ansiedade toma conta, o estado de alerta e a cabeça repleta de pensamentos reflete na “dificuldade de relaxamento, de concentração, que é tremendamente essencial para o desejo sexual.”
Em casos de depressão, a perda de interesse por várias atividades é recorrente e isso acontece também com o desejo sexual. “Além de alterar alguns hormônios como serotonina e dopamina, que são cruciais para o prazer, alguns medicamentos que se usa para tratar a depressão e a ansiedade, os antidepressivos e antipsicóticos, podem também afetar negativamente a libido”, diz.
Qual a diferença entre libido feminina e masculina?
No aspecto biológico, “os homens possuem níveis mais altos de testosterona, que é um hormônio que a gente fala que é o hormônio chave para o desejo sexual. Já as mulheres têm mais flutuações hormonais, marcadas durante o ciclo menstrual, na gravidez, na amamentação, na menopausa, e essa variação em diversas fases pode afetar a libido”, explica a ginecologista.
No aspectos culturais e sociais, as expectativas sobre o desejo sexual também são diferentes entre os gêneros. Enquanto os homens muitas vezes são incentivados a expressar sua sexualidade abertamente, as mulheres enfrentam, em alguns contextos, pressões para reprimir ou moderar seus desejos.
Essa disparidade histórica e cultural pode gerar sentimentos de culpa ou desconexão, influenciando a percepção da libido feminina.
“O corpo feminino tem desejo sexual responsivo, aquele que suscita a partir de uma reação a estímulos externos, sejam eles físicos como toques, ambiente, conexão com a parceria. Já a população masculina tem mais desejo sexual ativo, que surge de forma natural, repentina, sem a necessidade de estímulos externos imediatos.” – Dra. Mariana Prado, ginecologista.
O que aumenta a libido?
Os cuidados com a saúde, alimentação e os exercícios físicos regulares, são importantes para diferentes aspectos da vida e, com o desejo sexual não é diferente.
“Quando a gente pensa em estratégias para melhorar a libido de uma forma saudável, a gente não pode fugir do MEV (mudanças do estilo de vida)”, revela.
Segundo a ginecologista, as atividades físicas aumentam a circulação sanguínea, os níveis de energia e consequentemente liberam endorfinas, mantendo assim os níveis saudáveis de hormônios no corpo.
Além da parte fisiológica, momentos de conexão pessoal e com parcerias faz toda a diferença. “Falar abertamente sobre desejos, preocupações, fantasias e se conhecer, é bastante importante para saber o que te apetece. E, fortalecer o vínculo emocional, que a gente sabe que intensifica a intimidade sexual”, fala Mariana.
Quando buscar ajuda médica?
É importante sempre estar atenta em alterações emocionais e fisiológicas, a libido é uma questão multifatorial e pode envolver um cuidado multiprofissional. Que vai desde uma consulta de rotina com ginecologista até fisioterapia pélvica, consulta com terapeutas ou psiquiatras.
“Não existe medida milagrosa, é entender a causa a fundo e na grande parte das vezes, é essa mudança, tanto da sua vida quanto no jeito de se encarar e encarar as suas próprias relações.” – Dra. Mariana Prado, ginecologista

