Por dentro do ativo: cafeína
O expert Amilton Macedo tira algumas das principais dúvidas sobre a ingestão e o uso de produtos com cafeína na pele. Confira!
01/10/2025
Nós amamos aquela dose de energia matinal que só o café proporciona. Mas e se dissermos que a cafeína na pele é a uma boa adição no skincare?
Este alcaloide famoso tem uma vida dupla: um aliado poderoso no combate à celulite e às bolsas sob os olhos, mas um potencial vilão quando consumido de forma errada.
Convidamos o dermatologista Amilton Macedo para mergulharmos nos efeitos do café no corpo e na pele, desvendando como usar a cafeína a seu favor.
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Quais são os efeitos da cafeína na pele?
A cafeína, presente no nosso dia a dia ou embutida em cosméticos, é um alcaloide xantina. O café é rico em minerais como potássio, mas é a cafeína, em conjunto com o ácido cafeico, que faz toda a diferença.
O ácido cafeico é um super-herói antioxidante, capaz de lutar contra os radicais livres e reduzir o estresse oxidativo, oferecendo um escudo protetor. É por isso que a cafeína na pele tem ganhado tanto destaque: ela não só age metabolicamente (quebrando gordura), como também defende você do envelhecimento precoce.
Quais os efeitos tópicos da cafeína?
Se você tem celulite, gordura localizada ou aquelas bolsas teimosas sob os olhos, a cafeína é essencial. Na aplicação tópica, ela age como uma verdadeira modeladora.
O Dr. Amilton Macedo detalha a ação estética da cafeína na pele.
“Tem vários efeitos. Para o rosto, quando você aplica em regiões de bolsa embaixo dos olhos, a cafeína é rica em xantinas, que acelera o metabolismo dessas gorduras e diminui essas bolsas. E quando você aplica esse creme no corpo, ele tem ação da xantina e do ácido cafeico, essas duas substâncias vão aumentar o metabolismo da gordura, que são excelentes para o tratamento de celulite e gordura localizada.”
Para que a cafeína na pele funcione de verdade, ela precisa atingir as camadas mais profundas.
Por isso, preste atenção em produtos que utilizam nanotecnologia (como os lipossomas), garantindo que ela chegue aos adipócitos para estimular a quebra de gordura (lipólise), inibindo a enzima fosfodiesterase (PDE) e aumentando o AMPc.
@belezanaweb Você sabe qual a relação do consumo da tão querida #cafeína com a saúde da pele? O expert e dermatologista Amilton Macedo respondeu algumas questões que rondam esse assunto ☕ descubrablz loucasporbeleza beleza beauty
O que o excesso de cafeína pode causar?
Se a aplicação tópica é benéfica, a ingestão sistêmica exige moderação. Os problemas, segundo o dermatologista, são o aumento da oleosidade e o dano ao seu colágeno, além de interferir no sono.
1. Acne
Pessoas com tendência à acne devem prestar atenção. A cafeína pode desequilibrar a produção de sebo.
O Dr. Amilton Macedo é direto sobre o efeito do café ingerido na pele: “O efeito colateral na pele, ou seja, efeito indesejado, é porque a cafeína aumenta a produção de sebo na pele, consequentemente, deixa a pele um pouco mais oleosa. Atenção às pessoas que têm pele oleosa e acneica: reduzir o consumo de café.”
2. Açúcar
O verdadeiro vilão do envelhecimento não é o café, mas o que você coloca nele.
Sobre os acompanhamentos, o Dr. Amilton Macedo avisa: “Tem efeito ruim sim! Tanto o adoçante quanto o açúcar tem uma ação de aumentar a glicação do colágeno, ou seja, destrói o colágeno. Já o leite, ele tem os elementos bons, proteínas que aumentam o colágeno da pele.”
A glicação (ligação do açúcar às proteínas) destrói o colágeno, acelerando o envelhecimento. A dica de beleza é clara: se for beber, beba puro!
3. O sono
A cafeína consumida tarde demais pode sabotar o seu sono. O sono profundo impede a liberação dos hormônios anabólicos que trabalham na reparação da pele.
O Dr. Amilton Macedo explica por que um sono agitado é “péssimo” para a pele: “É péssimo, porque quando eu durmo e não entro na fase REM – a fase de sono profunda – eu fico com o sono agitado. A fase REM faz com que eu libere dois hormônios: a melatonina e o GH. Esses dois hormônios são indispensáveis para a saúde da pele.”
A melatonina é antioxidante e o GH é essencial para a produção de colágeno. Evitar o consumo vespertino protege sua beleza, pois a cafeína atrasa a melatonina. Em doses elevadas, a cafeína pode ocasionar problemas cardíacos, nervosismo e insônia.

O café faz mal para dermatite?
O café é um potencial gatilho para a dermatite (eczema), mas sua reação é individual e depende da sensibilidade de cada pessoa.
Embora a pesquisa específica seja limitada, o café pode ser problemático se o indivíduo tiver uma sensibilidade à histamina, já que a cafeína pode atuar como liberadora desse mediador inflamatório, intensificando a coceira, a vermelhidão e os surtos.
Além disso, o consumo pode, em casos raros, provocar uma reação de hipersensibilidade devido ao aumento repentino de adrenalina, que o sistema imunológico pode reconhecer como “agressivo”.
O café piora o melasma?
Sim, o consumo excessivo de café pode ser um agravante para o melasma.
A cafeína estimula o corpo a liberar o hormônio do estresse, o cortisol, e o aumento crônico do cortisol pode piorar as manchas da pele, além de gerar radicais livres e substâncias inflamatórias que estimulam a produção excessiva de melanina.
Este efeito é amplificado se o café for consumido com açúcar, que também eleva os níveis de inflamação.
Como consumir cafeína?
O Dr. Amilton Macedo compartilha a recomendação de consumo saudável: “O café, ingerido de maneira saudável, deve ser tomado de uma a três xícaras ao dia, distribuídas ao longo do dia!
Para a maioria dos adultos saudáveis, o limite seguro é de até 400 mg de cafeína por dia (cerca de 4 a 5 xícaras pequenas). A chave é a moderação interna para evitar a acne e o envelhecimento, e investir na ciência da formulação externa (nanotecnologia) para ter os melhores resultados na celulite e nas bolsas

A cafeína é um bom antioxidante para a pele.
